
A cura para alergias pode vir do seu intestino!
A alergia alimentar é uma reação imune a proteínas inofensivas encontradas nos alimentos (alérgenos). Pode causar desde sintomas leves, como coceiras, até reações graves, com risco de vida. Em todo o mundo a incidência de alergias alimentares vem aumentando nas duas últimas décadas e atinge aproximadamente 8% das crianças e 5% dos adultos.
Nos últimos anos, muitos estudos científicos têm investigado as mudanças na microbiota intestinal associada ao desenvolvimento da alergia alimentar. Os pesquisadores identificaram vários fatores que impactam na microbiota e que estão associados a alergia alimentar, incluindo parto cesáreo, uso de antibióticos, falta de exposição a micróbios durante a primeira infância e uma dieta rica em gordura e com baixo teor de carboidratos.
Tratamentos
Ainda não existem tratamentos eficientes para as causas da alergia alimentar. As recomendações médicas se limitam, na maioria dos casos, a excluir qualquer alimento que induza a reação alérgica e a ter medicação disponível, caso ocorra a reação.
De acordo com a pesquisadora Sally Robertson (em artigo publicado na News Medical Life Sciences), é preciso investigar o papel que a microbiota intestinal desempenha e desenvolver abordagens eficazes que estimulem a tolerância aos alérgenos alimentares.
Estudos recentes indicam que a presença de bactérias maléficas, ou a ausência das essenciais para o bom funcionamento do organismo, tem impacto no sistema imunológico, provocando reações alérgicas. Com isso, a expectativa é desenvolver uma nova forma de tratar um problema que afeta especialmente crianças pequenas.
A associação entre alergia alimentar e dieta parece começar na primeira infância. Bebês com dieta rica em vegetais, frutas e alimentos cozidos no primeiro ano após o nascimento têm menos chance de desenvolver alergia alimentar do que bebês que comem menos desses alimentos.
Uso de probióticos
Os probióticos (substâncias que promovem a proliferação de microrganismos) aliviam a alergia alimentar por vários mecanismos. Eles aumentam o número de bactérias intestinais comensais que interagem com o sistema imunológico do intestino para ajudá-lo a tolerar os alimentos.
Eles também reduzem a permeabilidade do revestimento intestinal, reduzindo a captação de antígenos (moléculas que se ligam a anticorpos) no lúmen intestinal. Além disso, eles modulam o sistema imunológico de uma forma que favorece uma resposta imunológica e alivia os sintomas alérgicos.
Seguir uma dieta rica em nutrientes como vitaminas C, zinco e beta-caroteno tem sido associada a um risco reduzido de alergia alimentar. Por outro lado, uma dieta rica em carboidratos refinados e aditivos alimentares pode aumentar a suscetibilidade à alergia alimentar.