Tipos de câncer colorretal e inovações em tratamentos
O câncer colorretal é o tumor que surge no intestino grosso, nas células localizadas na parede interna do órgão. Normalmente, ele demora anos para ocorrer, sendo iniciado com a hiperproliferação das células e a formação de pólipos intestinais do tipo adenoma.
Com o passar do tempo, estas células vão se desenvolvendo e sofrendo mutações para, assim, desenvolver o câncer. Se detectada na fase inicial, a doença tem grandes chances de ser curada. É por isso que eu sempre insisto na importância de se estar com os exames em dia!
Tipos de câncer colorretal
Tumor neuroendócrino: originados de células neuroendócrinas localizadas no intestino grosso. Os tumores neuroendócrinos podem produzir hormônios, e quando isso acontece o paciente pode apresentar diversos sintomas relacionados a essa produção.
Linfomas: originados nos linfócitos, isto é, nas células de defesa que se localizam no intestino grosso. Apesar de se localizar em um órgão sólido, é uma neoplasia hematológica, pois sua célula de origem é do sistema hematopoiético. O médico responsável pelo seu tratamento é o hematologista.
Tumor estromal gastrointestinal: originam-se das Células de Cajal, que são as responsáveis pela regulação da peristalse do trato digestivo. Na maioria dos casos, possuem características moleculares que são usadas como alvo terapêutico.
Melanoma: são originados nos melanócitos localizados na mucosa intestinal. São tumores raros e representam menos de 1 % de todos os cânceres do intestino grosso. Os melanomas de mucosa possuem características clínicas e prognósticas diferentes dos melanomas originários da epiderme.
Leiomiossarcomas: originados nas células de músculo liso que compõem o intestino grosso.
Causas, sintomas e diagnóstico
A doença é mais comum em homens com mais de 50 anos e com histórico familiar do câncer. No entanto, como acontece com outros tipos de câncer, o estilo de vida tem grande influência. Por isso, é crucial evitar hábitos como o tabagismo, grande consumo de carne vermelha e processados, dieta pobre em fibra, levar uma vida sedentária e não cuidar do peso.
Os principais sintomas são:
Mudança no hábito intestinal (diarréia ou prisão de ventre)
Desconforto abdominal com gases ou cólicas,
Sangramento nas fezes e/ou sangramento anal
Sensação de que o intestino não se esvaziou após a evacuação
Perda de peso sem razão aparente e cansaço
Fezes pastosas de cor escura
Náuseas e vômitos
Sensação dolorida na região anal, com esforço ineficaz para evacuar
A principal forma de detectar o câncer colorretal é por meio da colonoscopia, exame que identifica a presença de pólipos no intestino grosso. Caso seja detectado, o pólipo é retirado através de cirurgia e analisado para constatar o diagnóstico, benigno ou maligno.
Tratamento
Como eu já disse, se detectado na fase inicial, o tratamento tem grandes chances de ter sucesso. Por isso, é muito importante que seja feito o exame de colonoscopia anualmente, após 50 anos.
A escolha do tratamento mais adequado vai depender do tamanho, da localização e da extensão do tumor, além da ponderação dos benefícios, riscos e efeitos colaterais de cada opção.
Tratamentos locais: as terapias locais são aquelas que tratam o tumor sem afetar o resto do corpo, como cirurgia, radioterapia, ablação e embolização. Esses tratamentos são mais indicados para cânceres em estágio inicial.
Tratamentos sistêmicos: podem atingir as células cancerígenas em qualquer lugar do corpo. Nestes tratamentos são usados medicamentos via oral ou diretamente na corrente sanguínea. Dependendo do tipo de câncer colorretal, diferentes tipos de terapias podem ser usadas, como a quimioterapia, terapia-alvo ou imunoterapia.
Novidade
Por ser uma doença que vem atingindo cada vez mais pessoas, em todas as faixas etárias, o câncer colorretal está sempre em pauta nos principais centros de pesquisa mundo afora, que trabalham com afinco para desenvolver novas tecnologias e possibilidades de rastreamento e tratamento.
Uma das últimas novidades na área foi apresentada na última edição do tradicional congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco, na sigla em inglês), que reuniu de forma online 42.700 especialistas para apresentar as principais novidades no combate ao câncer.
Se trata da imunoterapia na melhora do prognóstico do câncer colorretal: em uma das pesquisas discutidas, o composto Pembrolizumabe (da MSD) dobrou o tempo de vida sem progressão da doença, de 8 para 16 meses, em pessoas com câncer colorretal metastático, quando comparado com a quimioterapia.
A ideia é que o medicamento passe a ser receitado como primeira opção para esse tipo de tumor. Ele pertence à classe dos imunoterápicos, que interfere na própria resposta de defesa do organismo contra o câncer e é considerada um dos principais avanços na oncologia dos últimos tempos.