TaTME: evolução no tratamento de câncer colorretal
Os tratamentos cirúrgicos para o câncer colorretal estão sempre evoluindo. A definição da melhor técnica a ser usada vai depender de fatores individuais, como a localização e o tamanho do tumor, além da condição clínica do paciente.
A técnica Transanal Endoscopic Operation (TEO) é indicada para tratamento de pólipos grandes e tumores iniciais no reto. Nesses casos, o cirurgião opera pelo orifício anal.
Uma evolução é a possibilidade de associar a TEO com a videolaparoscopia, chamada TaTME (Transanal Total Mesorectal Excision) – geralmente utilizada para tratar tumores muito baixos, em regiões desfavoráveis para a realização da cirurgia convencional, como na pelve e fora da cavidade abdominal.
Neste caso, duas equipes podem operar ao mesmo tempo, possibilitando um tratamento mais rápido, com margens mais seguras e uma dissecção melhor da lesão.
O TaTME é um procedimento minimamente invasivo. Por isso, a recuperação costuma ser mais rápida que em procedimentos convencionais. Pelo fato de ser transanal, não são necessárias incisões no abdômen, o que é melhor para o paciente do ponto de vista estético.
Apesar de todos esses avanços, o tratamento do câncer de reto inferior ainda tem um grande desafio: a preservação esfincteriana e a própria localização do tumor. Nesse sentido, a abordagem laparoscópica apresenta limitações técnicas, uma vez que se operar a lesão maligna em um ambiente limitado pode ocorrer alguma dificuldade.
Nesse sentido, a cirurgia robótica, principalmente em situações mais complexas, com pelve masculina estreita e pacientes obesos, pode ser mais benéfica aos pacientes, considerando esse aspecto. A articulação dos instrumentos, a estabilidade da câmera, a qualidade da imagem 3D e a precisão dos movimentos, são todos fatores que contribuem para dissecção mesorretal mais precisa e com maior facilidade técnica, comparado a laparoscopia. O TaTME vem nesse sentido também como uma alternativa para a plataforma robótica, quando o robô não está disponível.