Portadores de DIIs têm mais chance de desenvolver câncer colorretal
Pacientes com Doença Inflamatória Intestinal (DII) costumam me perguntar se têm mais chance de desenvolver câncer colorretal. Sim, ser portador de DII aumenta o risco de desenvolver esse tipo de câncer. É uma preocupação a mais que enfrentamos no tratamento!
O risco aumenta de acordo com o tempo de convívio com a doença. Depois de 10 anos de diagnóstico a probabilidade do paciente desenvolver o câncer colorretal é de 2%. Depois de 30 anos de diagnóstico pode subir para 20%.
Doença de Crohn e colite ulcerativa
As principais DIIs são a doença de Crohn e a colite ulcerativa, que possuem características clínicas e patológicas bem distintas. Mas alguns sintomas são comuns às duas doenças, como diarreia, dor abdominal e fezes com sangue.
Enquanto a Doença de Crohn pode ocorrer em qualquer parte do trato digestório, com predileção pela porção distal do intestino delgado e segmento proximal do cólon, a colite ulcerativa costuma acometer mais o cólon distal e reto.
Acreditava-se que havia um risco maior de desenvolvimento do câncer colorretal entre os portadores de colite ulcerativa. No entanto, estudos recentes indicam que há também aumento de risco entre os portadores da Doença de Crohn. O risco é o mesmo quando a Doença de Crohn se localiza apenas no intestino delgado.
Além do tempo de convívio com a doença, outros fatores podem contribuir para o desenvolvimento do câncer colorretal nesses pacientes: quando a DII atinge todo o cólon (pancolite), nos casos de Colangite Esclerosante Primária (complicação relacionada à DII que atinge o fígado) e histórico familiar de câncer colorretal.
Rastreamento
A monitoração regular pode ajudar a prevenir esse tipo de câncer ou ajudar em um diagnóstico precoce. Quando detectado no princípio, o câncer colorretal pode ser tratado com sucesso. Por isso, é importante os pacientes portadores de DII discutirem com seu médico sobre a monitoração regular do #câncer colorretal. A indicação é que eles comecem a fazer o rastreamento do câncer intestinal depois de 7 a 10 anos de diagnóstico dessas doenças.
